quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Atípico


Este ano atípico está de partida....
Sim. Para mim 2010 foi totalmente fora dos padrões. Foi tudo tão diferente que na maior parte do tempo nem eu me reconheci. E é claro, tudo o que é novo vem acompanhado de atitudes que ainda devem ser aperfeiçoadas, erros bobos que devem ser corrigidos e aprendizados diários e esclarecedores.
Mudei primeiro de emprego. Depois mudei de casa. E mudei um pouco de personalidade. A essência é a mesma, mas a maneira de encarar, de vivenciar e principalmente de sentir mudou muito. Ficou bem óbvio que sou 8 ou 80, que devo aprender a me equilibrar e fiz até uma tatuagem disso para nunca me esquecer. Mas esqueço. E me recordo. E continuo tentando feliz da vida.
Conheci a solidão. Não a solidão real, esta eu já conhecia. A solidão de estar sem ninguém mesmo. Fiquei sozinha. Não usei ninguém de muleta e nem me deixei ser usada. Fiquei só a maior parte do tempo e me diverti muito. Conheci a independência. Reconheci minha carência absurda. Fiz o que tive vontade, sem culpa, sem expectativas, sem cobranças. Foi lindo!
Este foi um ano de agradecimento. Acho que não teve um dia que não agradeci por tudo. Agradeci muito pela cura. Agradeci pela oportunidade de poder dividir momentos com os que amo. Agradeci por ter meu teto, minha comida, meu corpo e minha capacidade de superação. Agradeci por ter tido uma formação que me permite hoje reconhecer conquistas, lutar para melhorar, ter garra para continuar e maturidade para compreender.
E agora, nesse época em que o mundo se divide em quem gosta de Natal e quem não gosta, não consigo sentir o espírito de renascimento que sinto todo ano, com direito as emoções clichês, frases feitas e tudo mais.
2010 foi especial demais para eu sentir tudo isso agora no final... Eu já renasci, já descobri novas emoções e refiz todo o meu repertório.
O novo virá, coisas repetidas acontecerão, coisas surpreendentes também... E eu viverei tudo o que está reservado para mim. Não se admirem se não me reconhecerem e nem se eu ainda não tiver aprendido alguma lição. Tudo acontecerá no tempo certo para mim, para você e para cada um de nós.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Para rir um pouco do amor...


- Oi, prazer!

- Prazer! Ana Carolina.

- Prazer Ana! Felipe.

- Carol, me chama de Carol (odeio que me chamem de Ana)

- Ah tá...( que fresca). Você tem algum apelido?

- Nada de diferente... Só Carol mesmo... E você?

- Também não... (Jamais contarei que minha mãe me chama de Fifinho...)

-Tá sozinho?

-Não, tô com meus amigos (todos já arrumaram alguém e eu sobrei). E você?

-Sim, só vim dar uma volta (as minhas amigas furaram comigo)

-Certo...

-Aquele (babaca) ali rindo pra gente é seu irmão?

-Não, é meu amigo (me fazendo passar vergonha)... Sou filho único...

-Ah... (deve ser o bonitinho da mamãe e ela dele ser aquelas megeras super protetoras que acham que nenhuma mulher é boa o suficiente pro seu filho...)

-E você, tem irmãos?

-Tenho, mais novo. Mas só vejo às vezes....

-Por quê?

-Porque moro sozinha (sou independente) e só vou às vezes à casa da minha mãe.

-Eu moro com a minha mãe (é mais cômodo). Já morei sozinho, mas precisei voltar (não tinha como pagar faxineira e ficar indo na casa da minha mãe pra comer e levar minhas roupas sujas era muito cansativo).

-Entendo (é...definitivamente é o queridinho da mamãe)

-E você, o que faz?

-Sou advogada, trabalho num escritório aqui perto (às vezes me sinto uma inútil lá, levando papéis de um lado para outro, mas tô batalhando...). E você?

-Sou formado em Educação Física. Dava aula em uma escola (2 meses na verdade), mas o salário não era legal (eles me mandaram embora). Agora estou com uns projetos bem legais com algumas academias, fazendo algumas reuniões...( estou desempregado). Você gosta de esportes?

-Sim, gosto! Mas tô sem tempo (tenho preguiça e odeio ficar suada).

-Eu gosto muito de futebol, você gosta?

-Sim! (não entendo nada e acho estúpido ficar correndo atrás da bola)

-Todo domingo eu jogo com meus amigos. É lei! (Desligo o celular e não tem ninguém e nem outro programa que me faça desistir do jogo)

-Que legal! (Sou capaz de usar todas as chantagens emocionais do mundo pra impedir que um namorado meu me deixe num domingo pra ir jogar bola...). E cinema, você gosta?

-Sim, muito! (Quanto mais tiro e sangue melhor)

-Ah, eu adoro! Drama, romance, documentários...

-Eu também! (Que porre...)... Enfim....Você tem namorado?

-Não (se tivesse não estaria aqui sozinha...). E você, tem namorada, alguma ex namorada ciumenta...? Hahahaahaa...

-Não, tô solteiro. Mas sou amigo da minha ex, ela vai lá em casa as vezes...

-Nossa, vai lá fazer o que? (que folgada!)

-Vai ver minha mãe (estranhamente minha mãe passou a gostar dela depois que terminamos....)

-Nossa, que diferente (eu mato sua mãe e a menina!)

-É...Você é brava? Ciumenta? (porque eu sou!)

-Não, normal... (quer pagar pra ver?)

-Só quando está de TPM?

-Hahahaa...Não, não tenho esse negócio de TPM (fico carente, chorona e com mudanças repentinas de humor o mês inteiro)

-Olha só que maravilha! (Duvido!). Bom, vamos comer alguma coisa?

-Vamos!

-Pode ser uma porção de calabresa com cebola?

-Acho que não quero comer nada não (tô uma baleia e sua sugestão foi péssima)

- Bom, vamos tomar uma cerveja. Pode ser essa?

-Pode (se bem que gosto mais daquela outra...)

- Nossa, impressionante...

-O que?

-Você não está sentindo essa coisa gostosa entre nós (será que ela topa sexo no primeiro encontro?)

-É verdade, várias coisas em comum... (será que ele tá pensando que eu caio nessa?)

-Tenho certeza que algum defeito você tem, só não descobri ainda (daqui a pouco ela começa a grudar...)

-Hahahaa...Todo mundo tem, né?! O tempo dirá... (o seu é ser filho único)

-Vamos sair daqui?

-Vamos!

-Vamos lá para sua casa? Tô querendo ficar num lugar mais tranqüilo, sem barulho, pra gente conversar mais...(tô sem grana pro Motel e hoje é a noite do bingo da minha mãe com as amigas)

-Vamos sim! (Ainda bem que fiz faxina ontem e lá conseguirei trocar essa calcinha “coador de café” por uma mais sexy...).

E foram!

O domingo seguinte foi o primeiro que Felipe não foi jogar futebol com os amigos, alegou que estava resfriado. Na verdade teve um almoço para apresentar sua nova namorada à sua mãe. Depois eles iriam ao cinema ver a parte 4 de um filme sangrento qualquer...

Porque amar é isso!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Certo por Linhas Tortas


Quantas vezes eu reclamei, fui contra, perguntei-me o porquê de tudo aquilo, sofri, tive que ir por um caminho que não era o que eu desejava... E hoje estou aqui, no melhor lugar que poderia estar, esforçando-me e tendo resultados positivos.

Por falta de maturidade e por grande apego, muitas vezes temos dificuldade de entender e aceitar os novos rumos que a vida nos oferece a seguir. Culpamos um deus, nossa incompetência, o outro, os acontecimentos que nos fizeram agir daquela forma... Choramos, brigamos com o mundo, nos sentimos vítimas e negamos a realidade...

E depois de um tempo, de um passo após o outro, de algumas ajudas aceitas e do instinto natural de sobrevivência, nos reerguemos e seguimos nosso caminho, aceitamos que ele é conseqüência, que é necessário e válido de algum aprendizado. E de repente, como um insight, nos damos conta de como tudo está bem, do quanto àquela mudança de rumo foi positiva, do quanto somos capazes de melhorar como pessoas quando optamos simplesmente em seguir nosso caminho, sem perguntas vazias e mágoas... Quanto os acontecimentos da vida podem nos transformar e proporcionar amadurecimento.

O fato é que estamos no melhor lugar que poderíamos estar. Este lugar é a resposta de nosso passado e o que vislumbramos para o futuro. Este lugar atual poderia ser melhor e está na capacidade e na vontade de cada um fazer com que tudo realmente melhore. O melhor que temos hoje não significa que é o melhor que podemos ter.

Sempre podemos mais. Sempre está em nosso alcance fazer melhor.

O caminho, por mais doloroso que seja, é o retorno que a vida está nos dando às atitudes que tivemos e às ações que idealizamos ter.

A oportunidade vive no agora.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Instruções


Estou com medo de escrever. Escrever e imortalizar um sentimento. Escrever e esquecer. E lá em frente ler, e sentir de novo. E doer de novo. Relembrar o que deve ser esquecido. Ver que não esquece. Cutucar a ferida. Imaginar como poderia ter sido. Fantasiar cenas em câmera lenta. Sentir saudade do que não existiu nunca. Saber que foi melhor assim. Se convencer disso. Fugir de uma ilusão com outra ilusão. Fingir que tudo bem. Acreditar no que foi proposto. Ignorar o fato de não ter dado tudo de si. Abstrair. Sublimar. Racionalizar sentimentos. Colocar armaduras. Continuar dando passos tortos. Encarar a realidade, os fatos. Os indícios. O que tudo isso indica. O destino que não foi. A crença que não é. O toque não sentido. O passado presente. Presente não aberto. Futuro escrito.
Assim fica mais fácil. Assim já sabemos o que fazer. Assim, quando não se tenta, não se sente culpa pelas conseqüências. Assim machuca menos. Assim podemos colaborar com o movimento “venda nos olhos”. Assim é fácil. É só ler o manual.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Aniversário


Aos 28 eu não sou o que eu esperava que eu seria. Nem o que você esperava que eu seria...
Aos 28 eu achava que teria feito mais. Talvez “mais” não seja o melhor termo... Talvez “diferente” se encaixe melhor.
Na adolescência eu pensava que com esta idade estaria resolvida (entenda-se por resolvida casada, com filhos e economicamente estável). E pois bem, nada feito. Fracasso? Não! Diferente!
Minha vida reservou emoções maiores para mim. E este caminho que sigo não foi o que escolhi, foi desenhado pelos acontecimentos e me fez chegar aqui, onde estou. E hoje vivo a vida que nunca imaginei que viveria, e quer saber?! Acho que me sai bem!
E entendi que “resolvida” não quer dizer nada daquilo que citei acima... Eu vou me “resolvendo”, me descobrindo e evoluindo. Sempre. Independente do caminho, das escolhas e dos resultados.
Aos 28 não ganhei só o medo de chegar aos 30, novas curvas e menos tempo. Ganhei bênçãos. Novo trabalho. Nova casa. Novos aprendizados. Novas amizades. Ganhei meus velhos e bons amigos ainda comigo, por esta estrada, distantes ou não, mas sempre no coração. Ganhei a oportunidade de passar ótimos momentos com minha família, de superar dificuldades e sentir o alívio e as felicidades que as conquistas proporcionam.
Enfim, aos 28 eu não sou mesmo o que a gente achava que eu seria... Sou muito mais feliz!!!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sem Mistura


Por saber talvez o quão inevitável são as perdas, tenha optado por não ter mais nada, por não lutar por aquilo que deseja. Evita assim a dor do fim. Evita assim a alegria dos começos.

Mas como viver plenamente a felicidade sabendo que logo ali adiante alguma tristeza lhe afetará? Como controlar a ansiedade pelo óbvio, o quase certo?

E se vai se machucar com certeza não há razão então para não aproveitar infinitamente cada sorriso, cada beleza, cada realização...

Os bons momentos que dão sustentação para aguentar os maus momentos. As lembranças felizes mantem a esperança, a vontade de resgatar os belos sentimentos.

A busca é essa: Encontrar a genuína felicidade, aquela que tivemos algum dia sem saber o que nos aguardava pela frente.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Significados


Pensando sobre o significado das coisas. Sobre os inúmeros significados que uma única coisa possui... Sobre as milhares possibilidades de interpretação...Um sentimento que nasce em alguém para outro alguém, é verdadeiro por si só ou precisa da verdade do outro para existir? Este sentimento é dependente ou independente? Caso o outro tenha se enganado ou construído uma mentira, isso invalida também o nosso sentimento?
Amar sempre, ser regido pelo amor, ser dono de seu próprio sentimento... Mas se este sentimento foi alimentado falsamente, ele muda de significado, não? Se transforma, não é mesmo? Um único sentimento com inúmeras versões...
Escolhe se aquilo tem razão de ser ou não. Se tiver, a razão tem influência, senão, é todo seu. E de qual forma a vida pode ser mais amena? Com razão e euforia ou calmo e altruísta?

A gente se agarra a resposta dependendo da maré...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Só...


Cada vez estou mais convencida de que somos as gentilezas que fazemos quando não há ninguém olhando... E essas são nossas atitudes essencialmente puras e livres de qualquer julgamento alheio.Gentilezas que fazemos quando estamos sozinhos... Seja gentilezas com o planeta, com o próximo, estes atos são os que melhor podem retratar um ser humano. E a falta deles também. Se em público temos atitudes louváveis e quando sozinhos temos comportamento contrário, de nada adianta. Talvez a consciência não seja maior que a atitude em alguns momentos, mas a sua ausência impede que a beleza se espalhe e contamine as outras pessoas positivamente.

Dê atenção a solidão. Ela sabe mais de você que você mesmo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Próximo Passo


E de repente a vida se torna a arte de saber dar o primeiro passo. O primeiro próximo passo. E quando é realmente que deixamos de andar para pensar sobre o assunto? Quando deixamos de apenas ir para racionalizar tudo isso?

O aqui já não é mais o bastante, já faz parte da lista de coisas conquistadas. O inatingível se fez possível, já perdeu a magia, já não alimenta, não sacia o desejo de sempre querer mais.

O corpo precisa sempre do novo e esta necessidade as vezes faz com que se aja impulsivamente. Conquista-se o novo, mas não era o desejado...E as vezes a vida nos mostra que temos que analisar melhor a situação. O novo está li, em frente, mas já analisamos tanto que não conseguimos sair do lugar.

Parece-me então que a vida é a arte de ser feliz em um lugar desejando alcançar outro lugar. Sorrir no presente projetando a felicidade do futuro.

Porém, não se pode esquecer que o hoje foi plantado ontem e então, de alguma forma, a felicidade já está aqui.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pedaços


O que tem no mundo que eu não tenho?

E o que eu tenho que não tem no mundo?

Se eu tenho, tem no mundo...Porque o mundo me tem.

Mas não me parece justo.

E mesmo assim, tem coisas que sinto ter mais do que há no mundo.

Será então que não faço parte dele? Ele existe sem mim...E eu? Posso continuar a existir sem ele?

Não, não posso...O meu mundo, por mais meu que seja, faz parte desse mundo. O compõe junto com os outros milhares de mundos existentes. Estamos juntos, unidos, contraditórios, complementares e falíveis.

Meus sonhos cabem em algum lugar. Algum lugar deste mundo que meu mundo não conhece. Algum lugar que ainda não cheguei. Mas existe, e um dia meu mundo será deste mundo também.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Futuro


Se a beleza acaba
Por que nos preocupamos tanto com ela?
Se nada é para sempre
Por que insistimos na eternidade?
Se o respeito é a base do amor
Por que não nutrimos este sentimento?
E se sabemos tanto
Por que continuamos fazendo errado?
Um dia nada disso importará... As conversas farão toda diferença, os pequenos momentos de felicidade serão valorizados, as conquistas diárias se tornarão grandes vitórias. A vontade de que tudo fique bem será maior que a certeza de estar certo ou não...

E se temos consciência de que o futuro será assim, por que insistimos em viver o presente de forma tão pesada e cheia de cobranças?

Tenho pressa de atingir esta simplicidade.
Vontade de usar toda sabedoria do futuro agora.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Histórias


O que você vai querer contar?

Como vai fazê-lo?

Suas histórias serão monótonas e com moral ou serão aventuras de superação com muitos risos e licenças poéticas?

De certo, não escolhemos os acontecimentos, escolhemos como encará-lo. Logo, escolhemos nossas próprias histórias. Somos todos escritores, contadores de causos. Somos donos das experiências que vivemos.

Tudo já aconteceu. A maneira de carregar os fatos nos modelam. Triste todo mundo já foi. Sorrisos sempre existiram. Medos todos possuem. Vergonha todo mundo já teve. Sonhos começam e terminam...

Como vai querer contar?

Pode gritar para ser ouvido ou falar baixinho para atrair a curiosidade alheia.

Coleciona afeto quem é dono de sua própria história.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pelo Caminho



O que perdemos pela nossa estrada
Deixamos para trás
Tanta doçura, tantos encantos, sonhos
Tantas pessoas...
As vezes perdemos a capacidade de nos surpreender diante da vida. Nada mais causa espanto e admiração. Nem bom, nem ruim... O imprevisível deixa de ser tão incomum, aprendemos a ter flexibilidade, criatividade, capacidade de improviso... Tudo se torna ação... As emoções ficam pelo caminho...
O resgate de algumas sensações é uma prática valiosa...Olhar o mar como se nunca o tivesse visto, tentando procurar formas nunca antes notadas...Sentir o sabor de algo,deliciando-se vagarosamente...Abraçar um amigo como se fosse a primeira e última vez. E fazer isso sempre que encontrá-lo...Olhar no fundo dos olhos de alguém e descobrir do que se trata a conversa...
Muito ainda para ver, estar, sentir...
As vezes perde-se para ganhar.
As vezes perde-se o essencial e então a volta não é retrocesso, é a pausa para o grande salto.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ela.


...Precisava confessar que havia deixado de acreditar no amor, e assim, deixara de acreditar em tudo.

Sentia falta de crer em coisas deste aspecto, ilusório, fantasioso. Era muito triste acreditar apenas em fatos, dados, coisas comprovadas e totalmente reais. A falta de crença em bobagens acabou por causar um enorme vazio.

Vazio que tentava preencher com atitudes possíveis, eventos, acontecimentos, necessidades momentâneas. Mas era como se o corpo já tivesse um espaço reservado ao amor: sem ele nada adiantaria e aquele buraco perturbador continuaria a existir.

O que fazer então? A vida havia lhe mostrado que nada daquilo existia e agora a própria vida clamava para que pudesse voltar a acreditar... E como acreditar no que se sabe que não existe?

Sentia como se ainda algum pedaço seu fizesse parte daquela dimensão, como se aquilo tudo ainda existisse em algum lugar. Como uma atriz que assiste seu próprio filme...O real é o que sente ou o que vive?

O choro faz eco no seu próprio corpo...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mas...



Toda história, por mais densa que possa parecer, é sempre digna de orgulho, gratidão e reflexão.

Coisas boas e ruins todos vivem... E se lhe oferecessem a possibilidade de apagar as histórias ruins, você aceitaria? Aceitaria o risco de então não ser quem você é hoje? O risco de ter que aguardar um novo acontecimento para poder aprender?

Em momentos felizes queremos dividir essa sensação. Momentos tristes são reflexivos, acabam provocando maiores aprendizados - E isso ocorre pela dificuldade que existe em se aprender por amor. Quanto maior a queda, mais pensamos sobre ela.

Então pois bem, você pode apagar todos os acontecimentos ruins, consequentemente todos aqueles momentos que você refletiu. Toda a sua evolução... Aceita?

Mas, mas.... Não há tempo de justificativa. Aja!

Ficar parado esperando que a vida lhe dê outra oportunidade de aprender? Evolua agora!

Eu tenho muito o que aprender. Eu sou grata a cada passagem da minha história e a todas as escolhas que fiz. Tudo resulta no que sou hoje e hoje... Hoje é meu presente! O presente que a vida deu pra mim.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Transparência


Quando eu me respeito, sou transparente.

Quando eu respeito as pessoas, sou coerente.

Quando eu falo o que quero, estou disponível a possibilidade de ouvir o que os outros querem dizer.

Quando replico o que alguém falou, devo fazê-lo com dignidade.


Não sabemos como viemos parar neste lugar e nem como cada um chegou aqui.

(Princípio básico da boa educação)


Eu quero ouvir as pessoas. Mesmo que em silêncio...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nossa (Possível) Era


Descartável.

Descartar o que é amável.

Serviu. Já foi. Descarto.

Jogo fora o que antes era prestável. Passado.

Útil ao vazio. Uso agora outra coisa. Ser Coisa Humana. Plástico, vidro, metal, papel e humano.

Separo do que não me presta. Não tenho mais necessidade. Jogo na reciclagem. Que peguem e façam bom uso. A mim, não mais. Quis, usei, passei...

Hoje é assim. Não tem ser, é coisa. Coisa Humana.

Ainda tenho coração, sangue, alma...

Não concordo com isso, não vivo disso, não aceito.

Ainda sou e sei: Ser.

terça-feira, 20 de abril de 2010

2 em 1


Percebo que a raíz da minha dor, da minha angústia existencial é a forte dualidade presente em mim. Tudo o que posso, tudo o que quero, tudo o que é melhor pra mim.

Minha essência sempre foi pé no chão, simplicidade, tentativa de ter a sabedoria de reconhecer o que é realmente necessário, silêncio, dias de contemplação. A maturidade me ensinou que para viver esta essência meu caminho teria que ser primeiramente outro.

Tirei os pés da terra. Adquiri as necessidades convencionais e conquistei minha liberdade dentro desse sistema. Me organizo nesta realidade para alcançar meus sonhos essenciais. Coloco o uniforme ordinário, comum e sigo em uníssono para assim, enfim, poder pisar na terra novamente e sorrir ao ter a oportunidade de presenciar o pôr do sol.

E nesta luta me dei conta de que posso ser o que quiser, que dou conta de qualquer realidade.

Eu sou solitária e agora confesso que as ilusões de relacionamentos e seus desdobramentos me fascinam. Eu sou silêncio, mas me divirto com a possibilidade de dançar a noite toda. Eu sou simplicidade e consigo entender a sede de grandiosidade. Eu sou livre para escolher porque sou responsável pelas minhas escolhas. Elas não dependem de nada externo a mim, nada que venha de outras pessoas. Nada que não seja fruto do meu próprio esforço.

Hoje eu sou assim. Amanhã eu posso ser o que quiser.

Primeiro faço parte...Flor incrustada no concreto. Depois assumo minha essência...Vento.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O Que é Seu


Ame.

Ame sem pensar na validade desse amor. Ame quem seu coração mandar pois isso fará bem a você. Isso, é claro, se o amor for puro e sem expectativas. Se for amor...

O amor nada tem a ver com laços ou nós...ele não ata ninguém a ninguém. O amor é de cada um, é livre. Se vamos trancá-lo ou amarrá-lo é escolha e opção de cada um. O sentimento nasce sem encargos e atribuições. Nasce simplesmente. Se queremos compartilhá-lo, fazer o objeto ou pessoa amada ficar ciente do fato, podemos ter tal atitude... Mas temos que lembrar também que isso não obriga o objeto ou pessoa a ter uma reação. Não a faz responsável. O sentimento é de quem o nutre. E cada um faz o que quer com as informações que possui.

Então... ame de forma livre, o amor é seu! Isso é de pessoas com bons sentimentos, intenções positivas. O amor é bom por si só, não precisa de consequências. Se for entregá-lo a alguém, o faça sabendo que esta atitude não precisa gerar resultados, é bela por seu significado.

Os sentimentos são seus. Nascem e acabam em você. Escolha os que vai preservar, compartilhar e alimentar.

Sinta a felicidade de ser capaz de amar.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mergulho


Submersa na solidão olhando cara a cara coisas tão íntimas, coisas inomináveis que não vemos todos os dias, não sentimos, não tocamos. E isso causa espanto. Mergulho em busca de emoções que perdi.

Angústia pela falta de sentimento...

O extremo. O ponto oposto. O outro lado da moeda.

Caminho em corda bamba em busca do equilíbrio. Todos olham. Torcem para alguma manifestação. Posso cair, desistir, voltar atrás, seguir em frente....Posso tudo.

Vejo. Todos estão ali. Esperando...

Olho para dentro. As expectativas são minhas, dizem respeito a mim. Não mais espero do mundo que vejo com olhos. Espero do mundo que vejo com a alma. Espero de mim, das coisas minhas que só eu sei. Eu me frustro. O meu íntimo mostra a realidade ao meu eu externo. Demonstra a realidade do meu universo, da minha particularidade.

Eu no fundo de mim. Resgato algo para superfície, eu tento.

Atingi muita profundidade sobre mim. Posso mergulhar mais ou me dar por satisfeita. Me afogo em mim, por mim.

A briga agora é comigo.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Vale?


Vale a pena?

Vale a pena gritar mais alto para impor sua verdade? Vale a pena ser cruel com as limitações alheias sem se dar conta do tanto que as próprias limitações podem incomodar?

É mais importante ser inflexível ou compreender? Remoer o passado ou buscar nova oportunidade?

Sofremos por não confiarmos em ninguém. Por medo de que nos façam algum mal, nos machuquem...E pegamos todas as experiências aparentemente dolorosas como verdade absoluta. Perdemos a chance de fazer diferente, de sentir diferente...

Apontar o externo e criar a fantasia de dependência. Acreditem: Quando nos damos conta que só depende de nós fica mais fácil pois tudo é aprendizado, é lucro, é amadurecimento.

Há tanta coisa. Tantos sonhos, emoções, tanta história de vida, tantas formas de absorver experiências...Se olharmos de perto pode até parecer injusto o desejo de que entendam nossas necessidades. Cada um com suas possibilidades. Fácil não é. E o trabalho é árduo e constante. As recompensas são belíssimas. Sorrisos, amizades, admiração e auto conhecimento. Quando a iniciativa começa por nós, pode até parecer a princípio que saímos perdendo. Mas não. Iniciamos um ciclo de paz, compreensão, respeito e confiança. De reciprocidade para o bem. De escolhas voltadas a uma atitude positiva.

Vale a pena aprender? Sim, vale sempre!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Para Hoje...


Muito do que a gente é se revela nas coisas que a gente gosta. E também nas coisas das quais não gostamos...Mas o amor vem primeiro.

Gosto de bolo quente e do cheiro de café. Algodão doce e fogueira de São João, com aquelas bandeirinhas de enfeite. Gosto de dançar sozinha e cantar minhas músicas prediletas.

A areia fina e quente entre os dedos dos pés e as gotas frias que espirram das cachoeiras. Trilhas despretensiosas e belas vistas. Flores, todas elas.

Gosto do cheiro de biblioteca, de nenê e de chocolate derretido. Doces, sempre doce. Gosto de cafuné e de roubar sorrisos.

Ler poemas, crônicas e histórias. Músicas.Shows pra dançar e para assistir. Fotografias e filmes. Ver artistas desenhando, atuando, criando. Viagens curtas e longas.

Acordar cedo e caminhar pela manhã. Cheiro de terra molhada.Dormir na rede. Entrelaçar os pés. Ficar perto de quem amo.Sentir saudade.Abraçar. Andar de mãos dadas. Ser paparicada e paparicar também.Olhar nos olhos. Conhecer novos lugares, novas culturas. Ver alguém realizando um sonho. Ouvir e contar histórias. Gargalhadas. Ajudar o próximo. Surpresas. Ouvir elogios. Ganhar e dar presentes. Ser inspiração para algo e ser responsável pela alegria.

Tanta coisa ainda...

Gosto de mim por ser assim.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Contos Novos


Não acredito mais neste amor que falam por ai.

Amor pra mim não é assim...

Tantos conceitos, histórias que nos contam, tanto drama, dor... É isso? Se for, já senti e não quero mais. Caso não, já senti também e queria mais. Com algo a mais...

Quero sentar na sombra de uma árvore e assistir a tarde passar em silêncio. Quero ver fotos antigas e sorrir. Quero ler em voz alta trechos de livros que julgo importante. Quero ouvir a mesma música mais de uma vez porque ela diz tudo o que quero dizer e não sei como. Quero me sentir especial dentro do cotidiano...

Quero tudo o que podemos fazer só, mas que fica mais iluminado quando fazemos acompanhados.

Esse amor "quebra-cabeça" que nos vendem que não quero mais, não acredito mais.

Quero companhia que estimule bons sentimentos. Amor composto de paz, respeito, admiração, confiança... Romantismo na rotina, doação desproposital... Soma de alegrias existentes...

Eu quero a história de amor que nunca foi contada.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Sobras


Para onde vão as coisas que perdemos? O amor eterno que foi jurado e acabou, para onde vai?
Onde fica?

Os sorrisos que distribuímos, os sonhos que desistimos, os desejos que não foram saciados... Em que lugar tudo isso se encontra? Talvez seja no mesmo lugar que estão nossas certezas que foram provadas erradas...E que lugar triste é este que abriga tudo o que "quase-foi" um dia... O que era tudo e virou nada, do mais importante ao irrelevante.

Restos do irreal... Terra de ninguém...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Realmente ilusório



Hoje eu compraria uma ilusão... Sinto-me disposta a esquecer tudo o que sei para acreditar no impossível. Neste instante eu faria isso.

Será que é isso? Primeiro acreditamos na ilusão. Depois entendemos que é irreal. E por último tentamos acreditar novamente, tentamos enterrar as crenças para ter de novo as ilusões... Tenho a impressão de que antes a pureza e a incompreensão causavam lindas sensações que já não tenho mais...

Hoje eu queria voltar a acreditar...

Hoje eu me lembrei do dia em que a vida passou diante dos meus olhos. E foi ali que renasci. Que aprendi a ser feliz comigo e que vi que já tinha tudo o que precisava, o resto sempre foi conquista, lucro, a mais. Foi ali que ganhei milhões de coisas e perdi o que ainda não reencontrei... o que talvez eu reconhecesse mais em mim...e acabo sendo como uma criança em uma enorme sala de brinquedo chorando pela boneca velha e rasgada que está perdida... Eu nem sei se é necessário, mas hoje eu queria saber para que realmente servia aquilo. Talvez hoje eu soubesse, mas agora nem mesmo sei o que é...

Momentos de "Ah, agora eu sei porque tive que passar por aquela experiência, para aprender tal coisa...", com momentos de "Não consigo entender o porquê disso estar acontecendo comigo."

O ciclo. O eterno. O impulso.

Acho que não tenho mais recursos para comprar as ilusões... Cai na vida real.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Finalidade


Percebi que não tenho finalidade a não ser...ser!


Ser isso o que sou...


Provavelmente tenha sim finalidade, mas não sei qual...e não me importa. A resposta não é minha. Só o ato.


Meu caminho por aqui é simples e às vezes até vago...sempre procuro fazer o melhor, deixar o que há de mais bonito em mim, mas sei que não consigo fazer isso em todos os momentos. Eu erro e meu erro me faz perceber o quanto ainda posso e devo crescer.


Confesso que não penso no amanhã. Acho que não como a maioria pensa...Penso nas coisas marcadas que tenho que fazer, no que preciso, nas pessoas que quero encontrar e fantasio alguns momentos...Mas não sigo um rumo, não traço metas, não caminho em uma estrada certa.


Eu vou...sigo...procuro sorrir sempre para que isso marque os lugares a as amizades que faço. Escolho palavras bonitas que agradam os ouvidos. Abraço como todos necessitam. Olho o que ninguém nota, para tudo ser especial.


As certezas que um dia tive só me mostraram que devemos ser flexíveis, que não é aconselhável ter algo como verdade absoluta. Isso não é seguro.


Certo mesmo é o meu imenso desejo de ir em frente. E vou sendo tudo o que consigo ser, buscando o melhor, sempre.


"Você tem controle sobre os feitos apenas da sua responsabilidade, mas não o controle ou reclamação sobre os resultados. Os frutos do trabalho não devem ser seu motivo, e você nunca deverá ser inativo."

Bhagavad-Gita

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sonhos




Nunca tive grandes sonhos. Nunca.

O que será que isso faz de mim? Realista? Diferente? Passiva?Despretenciosa? Única?

Não sei, nunca soube. A verdade é que sempre quando me relatam sobre seus sonhos e projetos, me pergunto: Onde é que será que estão os meus? O que foi que ganhei sendo assim? E o que foi que perdi? Nunca vou saber...

E para mim é tão exclusivo que sempre que me imagino no lugar que desejo um dia estar, estou sozinha. Estou lá, feliz e sozinha...No lugar que sempre quis estar...Mas sozinha?

Eu aprendi a ser uma boa companheira para mim. Aprendi a ler os meus sentimentos, reconhecer o que é impulso, o que é verdadeiro. Aprendi a lidar comigo. E em alguns momentos sei que almejo o impossível, o "conto de fadas", o que tenho plena consciência de que não existe... Mas desejo...

O meu grande sonho pode não significar nada para os outros, não ter sentido algum. Mas é o único sonho que sei sonhar. E se isso faz de mim alguma coisa eu não sei. Não sei nem se um dia vou conquistá-lo! Vai que de repente eu acordo...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

P.A.S


Respira...Reencontra teu centro. Volte ao momento em que se perdeu, e retoma o que é teu.

Medite...Entenda que nem tudo o que é dito tem alguma referência a sua existência.


Sonhe...


Para Almas Sábias....

Nem tudo tem que ser escrito, falado ou documentado.


Eu e meus ais.... As vezes são mesmo de mais...

Meu sorriso que teima em ser presente...mesmo sabendo de tudo, mesmo sentindo tudo.

A alegria sempre é maior em mim.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mundo Animal 2


Segura a porta do elevador para um estranho, por impulso. Mesmo assim, belo ato. Mas chega em casa e não consegue dar boa noite aos familiares, por opção.

Explica sobre o seu trabalho com propriedade. Fala bem, se faz entender. Mas não tem paciência de ajudar o filho a montar o brinquedo novo.

Desbrava o mundo para salvar o meio ambiente. Defende com garra plantas e animais. Mas não consegue agradecer uma gentileza.

Escreve sobre os menos favorecidos. Luta por eles. Expõe a realidade. Mas ignora as crianças no farol na volta pra casa.

Valores reais e contraditórios. Belos e confusos. Claridade nebulosa.

As vezes compreendemos a dor do próximo. As vezes ficamos irracionais por pouca coisa.

Lutamos por causas que desconhecemos e em alguns momentos temos dificuldade de encarar quem está próximo.

Ninguém é sempre bom. Todo mundo tem em si a capacidade de praticar maldades. É a nossa natureza. Respeite, controle e aceite que faz parte dela.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Mundo Animal 1


Ela levantou e seguiu até o banheiro. Pensou no caminhou sobre a razão de estar naquele lugar... as vezes se sentia em casa, as vezes não. Meio longe de tudo, né?!? Meio do mato... Bom ou ruim...Depende.

Se olhou no espelho. O tempo passa, mas estava sendo bastante gentil com ela. Sentiu a presença de alguém, viu a sobra. Um lagarto.

- Ai que inferno, um lagarto no banheiro! Só aqui mesmo!Ai....

Queria gritar mas não podia.Assustou. Saiu do banheiro e caminhou até a sala.

Logo ouviu um grito e passos apressados.

- O que foi, filho?

Ele viu o lagarto. Era apenas uma criança com medo. A adulta também estava com medo, mas era sua obrigação acalmá-lo.

- Filho, é apenas um lagarto. É um bichinho, não faz nada. Temos que ser amigos dos animais, eles também se assustam com a gente vez por outra. Alguns são pequenos e somos enormes perto deles. Os bichos são da natureza e tudo da natureza é belo. Não precisa ter medo, ele não faz nada! Deixa ele quieto que logo mais ele volta pra casa dele.

Deixou-o pensando no assunto e foi para cozinha fazer o café...

- Não posso nem ir ao banheiro em paz que me aparece um bicho nojento. Credo...

De repente ouviu um choro...

- O que foi agora filho?

- Mãe! Hoje você não comprou comida para o meu lagarto! Coitado, tá com fome! Como você pode deixar um amigo bichano passar fome?

Ela riu. Sentiu raiva. Achou lindo.

- Maldita natureza....

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Para minha querida amiga e seu lindo filho...

sábado, 30 de janeiro de 2010

O que sou eu...


Não me defina.

Não tente fazer o que eu mesma não consigo.

Não me limite.

Assim as outras oportunidades parecerão mais interessantes.

Não me julgue.

O que pensamos diz sobre nós mesmos, não sobre o outros.


Todas as possibilidades do que posso ser são minhas. Tomo-as para mim.


Existem trilhas que posso seguir. As vírgulas e pontos da minha existência são de responsabilidade minha. Minhas escolhas traduzem meu momento, não a minha essência.


Talvez metáfora. Talvez metamorfose.

Tudo isso ou nada disso.

O que sou eu.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Novo


A gente sabe que tem que ir, mas tem medo...

É tão seguro segurar nas mãos de quem amamos e de repente sentimos a necessidade de soltar, enxergamos que podemos seguir, ir adiante e continuar. E para isso temos que ter as mãos livres, temos que nos desapegar da tranquilidade, da segurança, da certeza....

Desapegar. Exercitar o desapego. Saber que somos únicos. Que chegamos só e vamos só.

E assim nos damos conta da grandiosidade da vida e da pureza do verdadeiro amor. Lutamos para chegar onde estamos, nos esforçamos, sonhamos com a conquista e quando nos damos conta, estamos lá, estamos no lugar que almejamos em outro momento e aí.....E aí?

Bom, novamente temos que fazer escolhas, optar e sonhar. E seguimos assim, vivendo nossos ciclos, saboreando cada momento e quando sabemos ver a beleza de cada dificuldade, de cada empecilho, desenvolvemos a consciência da nossa capacidade.

É tão seguro segurar nas mãos de quem amamos e de repente sentimos a necessidade de soltar... A gente se solta das mãos e se enlaça pelos corações. E então seguimos só, eternamente ligados uns aos outros...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Recordação


É bom recordar...

Recordar que já fui criança a ponto de não ter medo do desconhecido. Que já me joguei no mar sem ver como estava a maré, sem me preocupar se a água estava limpa ou não.

Já fui criança a ponto de acabar de colocar a roupa nova, ficar contente e sujá-la...não por maldade, mas porque rolava na grama por diversão. Já quis ficar acordada até tarde brincando sem me preocupar se teria que fazer algo importante depois, pela manhã.

Chorei desesperadamente porque queria a minha mãe, sem pensar se estava fazendo papel de ridícula...

Arrisquei várias manobras com a minha bicicleta cor-de-rosa sem levar em consideração o tamanho da dor que eu sentiria depois do tombo. E doía...E eu levantava e fazia de novo.

Já brinquei sozinha. "Salvei o mundo" no esconde-esconde. Peguei a mochila e disse que ia embora de casa. Briguei pra sempre e fiz as pazes no mesmo instante. Inventei desculpas para não ir a escola. Subi em árvores sem antes analisar a melhor forma de chegar onde queria... e chegava! Ganhei corridas. Perdi o jogo. Gargalhei sem ter os dois dentes da frente...

A experiência tem que nos fortalecer e não nos amedrontar.

A criança cai, rala o joelho e sente dor. Ela chora. Mas ela vê todo mundo brincando e recomeça. Ela sabe que a dor vai passar e que a diversão vale a pena...