quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ela.


...Precisava confessar que havia deixado de acreditar no amor, e assim, deixara de acreditar em tudo.

Sentia falta de crer em coisas deste aspecto, ilusório, fantasioso. Era muito triste acreditar apenas em fatos, dados, coisas comprovadas e totalmente reais. A falta de crença em bobagens acabou por causar um enorme vazio.

Vazio que tentava preencher com atitudes possíveis, eventos, acontecimentos, necessidades momentâneas. Mas era como se o corpo já tivesse um espaço reservado ao amor: sem ele nada adiantaria e aquele buraco perturbador continuaria a existir.

O que fazer então? A vida havia lhe mostrado que nada daquilo existia e agora a própria vida clamava para que pudesse voltar a acreditar... E como acreditar no que se sabe que não existe?

Sentia como se ainda algum pedaço seu fizesse parte daquela dimensão, como se aquilo tudo ainda existisse em algum lugar. Como uma atriz que assiste seu próprio filme...O real é o que sente ou o que vive?

O choro faz eco no seu próprio corpo...

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