Sempre acabo me encontrando nessa questão sobre o que
queremos ver, como queremos enxergar.
As pessoas não têm mais tempo para as pessoas, para ouvir um lamento ou
decifrar uma frase, ler as entrelinhas. Tem que falar na cara, ser direto,
correr o risco de ser taxado de grosseiro. Mas não há coerência. “Seja educado
comigo e serei educado com você” – Ninguém quer compreender que o outro pode
estar em um mau dia. “Se eu estou de mau humor não desconto em ninguém”. Será
mesmo? Exigimos tanta compreensão, mas sabemos compreender?
As pessoas não se interessam mais pelo simples, pelo cotidiano. A busca
é pelo grandioso, o praticamente inalcançável. Não se enxerga mais a beleza do dia-a-dia
e as gentilezas do universo.
Às vezes recebemos flores e nem nos damos conta que são flores do nosso
próprio jardim.
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