Em seu livro "Ostra feliz não faz pérola", Rubem Alves conta que a ostra sentindo muita dor por causa de um grão de areia que havia penetrado em sua pele, acaba produzindo algo para envolver o grão e parar a dor, acaba produzindo a pérola. Ele segue então fazendo um paralelo com os homens dizendo que Nietzsche observou que os gregos levavam a tragédia muito a sério, mas nunca sucumbiam ao pessimismo e a resposta para este comportamento era que eles transformavam a tragédia em beleza, fazendo tudo ficar suportável.
Rubem Alves diz: "A felicidade é um dom que deve ser simplesmente gozado. Ela se basta. Mas ela não cria. Não produz pérolas. São os que sofrem que produzem a beleza, para parar de sofrer. Esses são os artistas."
Todos têm seus "grãos de areia", suas dúvidas, medos e incertezas. Todos precisam aprender a lidar com isso ao invés de simplesmente sentir e refletir. Uma hora chega o momento de agir, de transformar e seguir adiante. Fazer do incômodo oportunidade de amadurecimento e de se movimentar provocando as alterações de rota, criando os caminhos.
As realizações só ocorrem para quem está de braços abertos.
Ou colecionamos grãos de areia, ou produzimos pérolas.