quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sentir e Agir

   Em seu livro "Ostra feliz não faz pérola", Rubem Alves conta que a ostra sentindo muita dor por causa de um grão de areia que havia penetrado em sua pele, acaba produzindo algo para envolver o grão e parar a dor, acaba produzindo a pérola. Ele segue então fazendo um paralelo com os homens dizendo que Nietzsche observou que os gregos levavam a tragédia muito a sério, mas nunca sucumbiam ao pessimismo e a resposta para este comportamento era que eles transformavam a tragédia em beleza, fazendo tudo ficar suportável.
   Rubem Alves diz: "A felicidade é um dom que deve ser simplesmente gozado. Ela se basta. Mas ela não cria. Não produz pérolas. São os que sofrem que produzem a beleza, para parar de sofrer. Esses são os artistas."
   Todos têm seus "grãos de areia", suas dúvidas, medos e incertezas. Todos precisam aprender a lidar com isso ao invés de simplesmente sentir e refletir. Uma hora chega o momento de agir, de transformar e seguir adiante. Fazer do incômodo oportunidade de amadurecimento e de se movimentar provocando as alterações de rota, criando os caminhos.
   As realizações só ocorrem para quem está de braços abertos.
   Ou colecionamos grãos de areia, ou produzimos pérolas.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

RELACIONAR-SE


  O maior perigo da solidão é a facilidade proporcionada
  Sem exercício de paciência, sem necessidade de ouvir, de corresponder, sem doação.
  Uma vez compreendida, a solidão é reveladora e aconchegante, mas como o excesso nunca é bom, vamos nos acomodando numa verdade absoluta que não é compartilhada e logo não é confrontada. E assim ficamos sem raciocinar, sem evoluir e sem enxergar.
  Toda relação é uma arte. Saber lidar com as nossas próprias expectativas é uma tarefa difícil. Saber lidar com as expectativas que os outros têm também é algo engrandecedor  porque nesses casos  temos que aprender a separar o que é da natureza do outro do que é de fato uma deficiência nossa, entender os possíveis erros cometidos, falhas e por fim, entrar no jogo com a verdade criada, se colocando a disposição para ouvir o que talvez não queira e compreender argumentos capazes de levar  por terra tudo o que era confortável acreditar.
  A solidão é necessária, mas também pode nos levar a viver uma ilusão. Podemos ter justificativas para tudo, mas justificativas não irão proporcionar nenhum crescimento.
  Sempre que abraçamos a responsabilidade de algo, estamos nos colocando no caminho da evolução.