quinta-feira, 29 de abril de 2010

Transparência


Quando eu me respeito, sou transparente.

Quando eu respeito as pessoas, sou coerente.

Quando eu falo o que quero, estou disponível a possibilidade de ouvir o que os outros querem dizer.

Quando replico o que alguém falou, devo fazê-lo com dignidade.


Não sabemos como viemos parar neste lugar e nem como cada um chegou aqui.

(Princípio básico da boa educação)


Eu quero ouvir as pessoas. Mesmo que em silêncio...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nossa (Possível) Era


Descartável.

Descartar o que é amável.

Serviu. Já foi. Descarto.

Jogo fora o que antes era prestável. Passado.

Útil ao vazio. Uso agora outra coisa. Ser Coisa Humana. Plástico, vidro, metal, papel e humano.

Separo do que não me presta. Não tenho mais necessidade. Jogo na reciclagem. Que peguem e façam bom uso. A mim, não mais. Quis, usei, passei...

Hoje é assim. Não tem ser, é coisa. Coisa Humana.

Ainda tenho coração, sangue, alma...

Não concordo com isso, não vivo disso, não aceito.

Ainda sou e sei: Ser.

terça-feira, 20 de abril de 2010

2 em 1


Percebo que a raíz da minha dor, da minha angústia existencial é a forte dualidade presente em mim. Tudo o que posso, tudo o que quero, tudo o que é melhor pra mim.

Minha essência sempre foi pé no chão, simplicidade, tentativa de ter a sabedoria de reconhecer o que é realmente necessário, silêncio, dias de contemplação. A maturidade me ensinou que para viver esta essência meu caminho teria que ser primeiramente outro.

Tirei os pés da terra. Adquiri as necessidades convencionais e conquistei minha liberdade dentro desse sistema. Me organizo nesta realidade para alcançar meus sonhos essenciais. Coloco o uniforme ordinário, comum e sigo em uníssono para assim, enfim, poder pisar na terra novamente e sorrir ao ter a oportunidade de presenciar o pôr do sol.

E nesta luta me dei conta de que posso ser o que quiser, que dou conta de qualquer realidade.

Eu sou solitária e agora confesso que as ilusões de relacionamentos e seus desdobramentos me fascinam. Eu sou silêncio, mas me divirto com a possibilidade de dançar a noite toda. Eu sou simplicidade e consigo entender a sede de grandiosidade. Eu sou livre para escolher porque sou responsável pelas minhas escolhas. Elas não dependem de nada externo a mim, nada que venha de outras pessoas. Nada que não seja fruto do meu próprio esforço.

Hoje eu sou assim. Amanhã eu posso ser o que quiser.

Primeiro faço parte...Flor incrustada no concreto. Depois assumo minha essência...Vento.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O Que é Seu


Ame.

Ame sem pensar na validade desse amor. Ame quem seu coração mandar pois isso fará bem a você. Isso, é claro, se o amor for puro e sem expectativas. Se for amor...

O amor nada tem a ver com laços ou nós...ele não ata ninguém a ninguém. O amor é de cada um, é livre. Se vamos trancá-lo ou amarrá-lo é escolha e opção de cada um. O sentimento nasce sem encargos e atribuições. Nasce simplesmente. Se queremos compartilhá-lo, fazer o objeto ou pessoa amada ficar ciente do fato, podemos ter tal atitude... Mas temos que lembrar também que isso não obriga o objeto ou pessoa a ter uma reação. Não a faz responsável. O sentimento é de quem o nutre. E cada um faz o que quer com as informações que possui.

Então... ame de forma livre, o amor é seu! Isso é de pessoas com bons sentimentos, intenções positivas. O amor é bom por si só, não precisa de consequências. Se for entregá-lo a alguém, o faça sabendo que esta atitude não precisa gerar resultados, é bela por seu significado.

Os sentimentos são seus. Nascem e acabam em você. Escolha os que vai preservar, compartilhar e alimentar.

Sinta a felicidade de ser capaz de amar.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mergulho


Submersa na solidão olhando cara a cara coisas tão íntimas, coisas inomináveis que não vemos todos os dias, não sentimos, não tocamos. E isso causa espanto. Mergulho em busca de emoções que perdi.

Angústia pela falta de sentimento...

O extremo. O ponto oposto. O outro lado da moeda.

Caminho em corda bamba em busca do equilíbrio. Todos olham. Torcem para alguma manifestação. Posso cair, desistir, voltar atrás, seguir em frente....Posso tudo.

Vejo. Todos estão ali. Esperando...

Olho para dentro. As expectativas são minhas, dizem respeito a mim. Não mais espero do mundo que vejo com olhos. Espero do mundo que vejo com a alma. Espero de mim, das coisas minhas que só eu sei. Eu me frustro. O meu íntimo mostra a realidade ao meu eu externo. Demonstra a realidade do meu universo, da minha particularidade.

Eu no fundo de mim. Resgato algo para superfície, eu tento.

Atingi muita profundidade sobre mim. Posso mergulhar mais ou me dar por satisfeita. Me afogo em mim, por mim.

A briga agora é comigo.